quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A ALAM SE INDIGNA COM A SITUAÇÃO DA UERN


Taniamá Vieira da Silva Barreto (Presidente da ALAM)


A ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE MARTINS (ALAM), em reunião de trabalho no dia 21 de novembro de 2017, nas dependências da sede da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN), onde compareceram, além de representação da Diretoria da ADUERN, dirigentes de instituições culturais como: ICOP, SBEC, Museu do Sertão, AMARP, ACJUS, AMOL, AMLC e COMFOLC, discutiu com os demais a situação de confronto, conflito, desrespeito e desvalorização governamental pelo qual passa a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.

Impõe informar que os compromissos da ALAM vão além da busca das veias de talentos que contornam a Identidade Cultural de Martins. Ela se compromete com as lutas mais amplas da sociedade, em defesa dos direitos humanos, estimulando e consolidando parcerias, diálogos e solidariedade entre os mais diversos segmentos.

A ALAM esteve representada pela sua sócia efetiva e vitalícia Zélia Macedo, que assumiu com os demais o compromisso em reforçar a luta em defesa da Universidade, para o qual emitimos esta nota de apoio ao movimento docente por condições dignas de trabalho, respeito a legitimidade de seus direitos salariais e a autonomia da UERN.

A ALAM reconhece que a UERN é um dos principais equipamentos educacionais públicos que têm contribuído para a formação de profissionais nas mais diferentes áreas do conhecimento, servindo de impacto de mudança no perfil dos indicadores educacionais da população do Rio grande do Norte (RN), configurando-se em verdadeiro patrimônio de formação educacional da maioria dos potiguares.

Assim é que a Academia de Letras e Artes de Martins (ALAM) vem declarar seu integral e irrestrito apoio ao movimento em defesa da autonomia da UERN e da dignidade dos corpos docente e técnico-administrativo (Ativos e Aposentados) da UERN, bem como, conclamar a sociedade norteriograndense para lutar em defesa da nossa Universidade.

SAGA I - O PALÁCIO QUE VIROU TAPERA



AS PESSOAS SÃO ADMIRADAS PELOS SEUS ATOS, PALAVRAS E ATITUDES: ENTRE RELATOS, LÁGRIMAS E DECEPÇÕES

Foram vários anos de economia e determinação para construir a casa dos meus sonhos. Uma casa que fosse acolhedora, aconchegante, prática e confortável pra minha família: eu, esposo e três filhos: com amplos espaços de trabalho (lavanderia, copa, cozinha, estudo etc), alimentação, lazer, inclusive, com confortáveis espaços para domésticos.

Sonhamos junto, eu e Danilo, planejamos, organizamos e construímos até o acesso quando tivéssemos bem velhinhos! Isto, sem nos endividar. Foram quase 05 anos de muito trabalho e economia.

UFAAAA! Saímos do aluguel e entramos em nossa casa dos sonhos! Tudo estava em seu lugar.

Só que o destino quis que o convívio durasse pouco. Adoeci de asma. Eram crises em cima de crises! Reincididas crises de falta de ar.

Impõe esclarecer que sou professora aposentada, tendo iniciado minhas atividades em 1968, quando apenas o quadro, a esponja e o giz eram os únicos instrumentos de trabalho para auxiliar os livros e nossas mentes, para trabalhar, com criatividade os conteúdos veiculados em sala de aula.

As intensas crises eram agravadas pela presença de uma padaria nas imediações da nossa residência, tendo eu chegado a ter uma parada respiratória que, por felicidade foi no pronto socorro do Hospital do Wilson Rosado. Por uma questão de sobrevivência aluguei uma casa perto do hospital e me mudei. Foi quando soube que a prefeitura estava procurando imóvel, com espaço adequado, para funcionar o CRAS Independência II. Assim é que, considerando a qualidade da infraestrutura, minha casa não passou nenhum mês desocupada. Bem porque eu queria um aluguel que desse apenas para pagar o da casa que eu estava morando.

Então, naquele fatídico ano de 2007 aluguei o meu único imóvel (único bem físico) a Prefeitura Municipal de Mossoró, para funcionar o CRAS.

Por que fatídico?

Porque, com a ATUAL ADMINISTRAÇÃO de Mossoró, aqui estou eu, desde o mês de agosto, sem a chave da minha casa (meu único bem imóvel), sem contrato de renovação do aluguel, quando pago aluguel para minha família morar no valor total de R$1.980,00.

Pasme! Hum mil novecentos e oitenta reais, quando a Prefeitura mantém na minha casa famílias desabrigadas.

Por onde anda o aluguel social, que poderia estar sendo usado para abrigar aqueles desvalidos?

Que INCOMPETÊNCIA!

Como diz Miguel Monteiro, “se acha que a competência custa caro, experimente a incompetência”. Mossoró está experimentando a incompetência dos seus administradores na maioria dos níveis da sua gestão executiva, assolando quase todas as áreas das políticas públicas. Aliás, o primeiro atestado de incompetência foi dado no momento da transição de governo, quando a equipe de Rosalba Ciarlini não foi hábil o suficiente para levantar dados que retratassem o diagnóstico condutivista da realidade, para deslanchar a gestão do município, logo no início de janeiro / 2017.

E daí? Um caos estabelecido, dando continuidade ao governo da gestão passada; mas, de forma diferente. A equipe do governo antecessor era COMPETENTE em encontrar alternativas criativas e criadoras; a do governo atual é INCOMPETENTE em nível de gestão.

São quase 11 meses de incompetência escudada na crise e na alegação de que a culpa é do governo que lhe antecedeu.

É o predomínio do Paradigma da Culpabilidade, permeando as ações das políticas púbicas em Mossoró!

Impõe aqui resgatar uma tese que defendo: o caos estabelecido no Brasil decorre de dois paradigmas adotados por quem deveria fazer as “coisas direito”, na administração pública, considerando os eixos basilares da sustentabilidade humanossocial: Paradigma da Penúria – quero fazer. Não o faço, com excelência, porque não tenho condições objetivas e subjetivas para tal; e, Paradigma estatizante, sustentado no discurso de que minhas ações não estão resolutivas porque o governo não favorece, incluindo quem me antecedeu. Mero refúgio do Incompetente!

Que INJUSTIÇA!

Não é de hoje que percebemos a prática da injustiça, embora saibamos que a realização desse procedimento não é salutar para quem o executa nem para quem o experimenta. O que vemos são pessoas incoerentes nas suas ações e atitudes desastrosas, menosprezando princípios morais, atropelando questões éticas da vida e da dignidade humana. Determinadas atitudes de pessoas que considerávamos confiáveis nos surpreendem; tanto pela falta de respeito pelo ser humano, como pela desconsideração para com o pacto firmado, ética, política e socialmente; como pela injustiça. É um comportamento que machuca, gerando a indignação, por sermos vítimas do ato cometido. No entanto, é possível sim, escolher as nossas atitudes, porque tudo o mais que acontece ou acontecerá em nossas vidas, que são e serão em virtude delas.

Deixo aqui meu grito: INJUSTIÇAAAAAA!

Que INDIGNAÇÃO!

A indignação chega quando analisamos o posicionamento das pessoas e vemos de fato a injustiça cometida. Quando observamos tanta gente brincando com a vida dos outros.

Demonstro aqui minha indignação, que em decorrência do comportamento de total desrespeito da gestão municipal de Mossoró, para com a situação do meu imóvel.

Enquanto não houver uma iniciativa de mudança nesse processo injusto, mesmo sabendo que a falta de ética e do bom senso está se tornando cada vez mais comum, continuo declarando minha decepção e indignação.

Infelizmente, alteração de valores, especificamente no caso de apropriação indébita, excedeu os extremos do compreensível! Cada vez mais desconhecemos as pessoas, nem mesmo aquelas que acreditamos conhecer bem.

Contudo, lembrando o pensamento de Platão de que “quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”, sigo em frente tentando ser feliz, mesmo estando extremamente INDIGNADA! REVOLTADA! Mas sem perder a SABEDORIA de estar convicta de que a minha INDIGNAÇÃO não será uma mosca sem asas e a JUSTIÇA prevalecerá, para que minha DIGNIDADE seja restabelecida, deixo aqui meu grito: INDIGNAÇÃOÃÃÃÃÃOOOOOO!

A saga continua em: O SONHO QUE VIROU PESADELO.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

INDIG-NAÇÃO



A nossa indignação
Em relação ao povo negro
Se revela na opressão
Discriminação e preconceito
Que a escravidão produziu
No país dos sem direitos.


A dignidade de uma raça
Que por certo foi ferida
Originou sociedade
Escravocrata, combalida
Explorada e desigual
Espoliada e agredida.


O Brasil dos heróis brancos
Esqueceu de celebrar
O povo que desde há tempos
Não parou de trabalhar
Pra ver a “Nação Zumbi”
Sua força revelar.

Isso nos tornou fortes
Inteligentes, via de regra
Aprendemos a lutar
Nesta terra brasileira
Índio, pobre, preto ou branco
Todos com consciência negra. 


Não aceite preconceito
Trabalho escravo? Arreda!
Se te zoarem na rua
Demonstre a nossa regra
Pra cima deles com tudo
Pois nossa lei é a guerra.

Prof. Luiz Francelino (Cad. no 10 da ALAM)

domingo, 19 de novembro de 2017

ZUMBI DOS PALMARES



No ano cinquenta e cinco
Do século dezessete,
Nasceu lá em Alagoas
Um menino de topete
Para proteger os negros
Com muita garra se mete.

O Quilombo dos Palmares
Foi um dos mais importantes,
Com uma população
De trinta mil habitantes,
Foi lá que Zumbi tornou-se
Um ser dos mais importantes.


Embora nascido livre
Aos sete anos de idade,
De ser aprisionado
Teve a infelicidade,
Mas era plano divino
Pra sua posteridade. 


Pelo Padre Antônio melo
Nosso herói foi criado,
Com o nome de Francisco
Foi por ele batizado,
O destino o preparava
Para o seu grande legado.


Aprendeu falar fluente
Nossa língua portuguesa,
Língua, Álgebra e Latim
Dominava com clareza,
Na celebração da missa
Ajudava com firmeza.


De sonhar com a liberdade
Ele nunca desistiu,
Como libertar-se um dia
Ele sempre se inquiriu
Ao completar quinze anos
Para palmares fugiu. 


Francisco mudou de nome
Logo que chegou ali,
Diziam: - A liberdade
Fez você chegar aqui
Por isso de doravante
Hás de chamar-se Zumbi. 


Em mil seiscentos e oitenta
Aos vinte e cinco de idade,
Zumbi tornou-se o líder
Daquela Comunidade,
Junto aos demais com bravura
Lutava com lealdade. 


De trinta mil habitantes
Conquistou a confiança,
Libertar todos os negros
Ele tinha esperança
Quinze anos o quilombo
O teve na liderança. 


Mas Domingo Jorge Velho
Ia há todos os lugares
Atrás de negros fujões
Fazendo grandes safaris
Arquitetou uma batalha
Para destruir Palmares.

No ano noventa e quatro
Do século já citado,
O Quilombo dos Palmares
Foi duramente atacado
Por Domingo Jorge Velho
Que teve o seu resultado.

Palmares que nunca antes
Havia sido vencido,
Por Domingos Jorge Velho
Foi sem pena destruído,
Zumbi o herói dos negros
Foi duramente ferido. 


Zumbi o grande guerreiro
Ainda fugiu ferido
Mas por um dos companheiros
O nosso herói foi traído
Entregue a Domingo Jorge,
Sem compaixão foi punido. 


Foi aos vinte de novembro
Que o herói alagoano
Teve seu fim, degolado
No seu quadragésimo ano
Por isso a consciência
Negra; lhe faz reverência
Em novembro a cada ano.


Nilson Silva (Poeta, Escultor e Artesão e sócio correspondente da ALAM)