sábado, 1 de setembro de 2018

DISCURSO DE POSSE NA AMOL



Dr. Elder Heronildes, mui digno Presidente da AMOL, através do qual cumprimento as demais autoridades desta mesa, já nominadas pelo Cerimonial. 

Ilustre Assembleia, 

Senhores e Senhoras, 

É com indecifrável alegria, que saúdo todos os Membros desta mui amada Academia Mossoroense de Letras (AMOL), cujo compromisso é a promoção do patrimônio cultural de Mossoró, Celeiro das letras e do ineditismo histórico-social. 

Pela bênção de Jesus e escolha dos membros da AMOL, aqui estou, com o coração transbordando de felicidade, mas com muita humildade em ter sido aceita para integrar tão seleta Congregação, onde está o que de melhor há na produção intelectual de Mossoró, quiçá do Rio Grande do Norte e do Brasil. 

Hoje a AMOL, sob a presidência do intelectual Elder Heronildes da Silva, arregimentado por todos os demais integrantes da atual Diretoria: Antonio Filemon Rodrigues Pimenta, Josafá Inácio de Loyola, Ricardo Alfredo de Souza, Mário Gerson Fernandes de Oliveira, Geraldo Maia do Nascimento, Manoel Vieira Guimarães Neto, Ricardo Alfredo de Souza, João Pessoa Cavalcante, Wilson Bezerra de Moura, Benedito Vasconcelos Mendes, Maria do Socorro Cavalcante, Antonio Clauder Alves Arcanjo e Almir Nogueira da Costa. 

Aqui chego com o sentimento de que a responsabilidade é bem maior do que o meu contentamento. 

Por sinal, esses sentimentos são permeados de agradecimentos, não somente aos que sufragaram o meu nome, mas a todos os imortais da AMOL. Enfatizo meus sinceros agradecimentos ao poeta literato Parnasiano Jomar Ferreira da Costa Rêgo, meu ex-professor que, ao lado do Saudoso Pe Flávio Nascimento me instigaram a fazer jus à cultura letrada da minha querida Serra de Martins. Foi a partir do incentivo destes meus queridos professores que deixei desabrochar: 

A Ideia, 

O Pensamento poético. 

A Palavra. 

A Estética! 

São exemplos de professores educadores; cujos ensinamentos desaguaram em terreno fértil. 

Terreno, este, cuidadosamente adubado e fertilizado no alicerce do meu seio familiar. 

Por isso é prioritário citar o alicerce da minha trajetória de formação e de vida produtiva (cultural, profissional, religiosa e social), sem o qual nada seria. Alicerce esse, composto pela minha mãe Alexandrina (Maria Alexandrina da Conceição - in memoriam), professora, musicista e escritora; e minha Vó Chiquinha Tabita (Francisca Viana de Messias - in memoriam), professora e missionária da Marilologia. Mulheres de fibra, nas quais me espelho até hoje; ao meu pai Jorge Julião da Silva, excombatente, exemplo de resistência e coragem. E o que dizer dos meus 13 irmãos? Conceição Azevedo, Regina Celeste, Dalva Vieira, José de Arimateia, Leontina Vieira, Livramento Amâncio, Clóvis Vieira, Sandoval Viera, Lilian Barbalho, Hugnelson Vieira, Flávia Maria e in memorian: Vildemar Vieira e Maria da Glória? 

Sem palavras, pois a leveza e resiliência da vida de todos e de todas os fazem: 

Verdadeiros trigos da sabedoria, 

Na simplicidade de simplesmente serem 

Cidadãos em busca do saber, 

Comprometidos com a informação, 

A partilha, a ética e a comunicação. 

Com o sólido alicerce familiar foi possível não só edificar uma profissão, mas também constituir minha própria família ao lado de Danilo Barreto, com o qual procriei Danilo Júnior, Danúbio Anildomá e Mara Dalila. Além dos meus netos: Danúbio Filho, José Davi, Lucas Daniel e Maria Alice. Estes são os meus tesouros de ouro, prata e mirra. 

Meu capital de mais valia, 

Verdadeiro sentido da vida, 

Motivo da minha poesia, 

Minha esperança de guarida! 

Senhor Presidente e Ilustre Assembleia haveria de me reportar aos meus familiares, porque a essência deles sinaliza a minha constituição e delineia o perfil da minha procedência. 

E por falar em essência, a cadeira 08 da AMOL tem um significado todo especial para mim. Ela é, essencialmente, essência do meu caráter produtivo: A sua Patrona, Maria Sylvia de Vasconcelos Câmara, é Professora, Escritora, Musicista e Poetisa; e sua Primeira Ocupante, Zenaide de Almeida Costa, Escritora, Musicista e Poetisa. Com isto compreendo que o Grande Mestre do Universo reservou para mim este momento, como presente que aceito de bom grado, sem questionar, nem pedir explicação. 

Sobre a Mossoroense Maria Sylvia de Vasconcelos Câmara, cognominada “A Poetisa da Saudade”, a exemplo do pioneirismo no campo da história das mulheres no Rio Grande do Norte e em Mossoró, estava à frente dos movimentos da educação, do jornalismo, das artes, da poesia e da música, pelo elevado grau de sua produção cultural. 

Sua sabedoria pode ser apreendida e degustada através da leitura dos poemas: “último refúgio”, “os flagelados” e “nirvana”. 

Neles a poetisa retrata seu profundo sentimento sobre Deus, natureza e coração. É como se uma saudade vinda num sei de onde, vindo num sei pra quê invadisse o seu peito e ali fizesse morada. 

A exemplo da Patrona da cadeira 08, busco em meus poemas expressar o significado e o meu respeito à transcendência Divina. Entendo que: 

Poetizar é construir com rimas, 

Devastar o tom da beleza, 

Cultivar ao tempo que subestima: 

Poder, arma, paixão e nobreza. 

Os senhores e as senhoras duvidam que isto é providência? Não duvidem! Pois a Primeira Ocupante da cadeira em epígrafe, Zenaide de Oliveira Costa, foi também produtora de ideias enaltecedoras da vida e da natureza campesina, no livro “A Vida em Clave de Dó”. Mais que relatos memorialistas a poetisa, escritora e musicista Zenaide conseguiu dizer em Romance a poética do sertão nordestino, transcendendo a própria temática, como o fez no soneto “tardes idas”: 

Estou a recordar com infantil ternura 

Aquelas tardes mornas e serenas 

Que o perfume sutil das açucenas 

Embalsamava e enchia de frescura! 



Sobre as boninas de igual candura, 

As borboletas tênues, quais falenas, 

Tornavam aquelas horas, tão amenas, 

Um pedaço de céu, luz e doçura! 



Quão diferentes tardes hoje passo! 

Quanta tristeza ao declinar do dia 

Quando se esvai a luz do sol no espaço! 



E eu revivendo as horas já perdidas, 

Procuro recompor minha alegria 

Com a lembrança daquelas tardes idas ... 



Com facilidade, Zenaide quis e disse com leveza sonora o quê só os poetas conseguem: 

Dizer as coisas duras, através do poema, 

Dispensando a procura do significado, 

Retratando na letra dita, 

Contradizendo o problema e 

Confirmando o não encontrado. 

Na minha interpretação era assim o estilo da escrita de Zenaide de Almeida Costa, a “romancista poética”, nascida em São Miguel, região serrana do alto oeste potiguar, no dia 05 de abril de 1926, tendo falecido, na cidade de Recife-Pe, no dia 20 de março de 2016. 

Em vida e após sua morte a escritora, musicista e poetisa Zenaide foi privilegiada com várias merecidas homenagens, como está registrado nesta plaqueta que os senhores e as senhoras receberam. 

Ao dizer isto antecipo que fugirei ao convencional, não estendendo minha fala aos detalhes da vida da minha antecessora e da patrona da cadeira 08, numa pretensa atitude instigadora à leitura atentiva dos apontamentos biográficos contidos neste livreto, que fiz com todo carinho, a título de registro histórico desse momento ora vivenciado. 

A ideia é viver o presente, com a leveza do sonho de amor, 

Saboreando esse momento sem nada problematizar. 

Degustar o sabor de cada regra transgredida, 

Olhando cada gesto, cada ação dos senhores “amoleanos”, 

Para com os senhores eu possa aprender a caminhar, 

Com segurança neste novo caminho. 

É através desse novo caminho que a partir de hoje começo a desvendar o significado do SER AMOLEANO, com a ajuda de cada um e de todos, para ressignificar os dons do Ser poético, Ser conto, Ser artístico, Ser...! 

Sim, senhores e senhoras, assumo hoje o compromisso com o caminho da AMOL. Caminho que será a vereda do meu crescimento; o condão de combate ao fogo e o anúncio de novos poemas, pautados nas bênçãos celestiais, meditados fervorosamente, quando em 1980, escrevi assim sobre a MEDITAÇÃO: 

Deixa JESUS que incline minha cabeça, 

Ao lado seu e fique assim te olhando; 

Dá que teu amor de mim se compadeça; 

Dá que minha fé em ti vá se avivando! 



Deixa JESUS que o corpo meu nefando, 

Aconchegar-se ao teu puro mereça; 

Dá que minh’alma assim te contemplando, 

Outro deus fora a ti não reconheça! 

Hoje, 30 de agosto de 2018, em que comemoramos o dia de São Cesário de Arles, considerado pela Igreja católica como o padroeiro dos incêndios e da luta contra o fogo, peço licença, para me reportar ao que São Cesário de Arles, disse em suas orações: 

"Senhor, os teus desígnios são insondáveis! Escolheste um assassino, como Paulo, para anunciar o teu nome, tomaste um pecador como Pedro para o tornar chefe da Igreja, socorreste uma adúltera para manifestar a tua misericórdia. Como são misteriosos os teus caminhos, ó Senhor! Agostinho permanece um exemplo de conversão para aqueles que estão atormentados e empedernidos no mal; Francisco, de libertino, torna-se promotor de paz. Ó Senhor, os teus gestos são loucos para a sabedoria humana! Assumes a fraqueza de uma criança para destruir os poderosos; dás a outra face a quem te bate e perdoas a quem Te ofende; morres para dar a vida e a salvação. 

Também eu, na situação concreta em que me encontro, à luz do teu Espírito, posso dar-me conta do teu amor e dizer-Te: «Tudo é graça» ...!" 

Eis-me aqui, trazendo o pouco que tenho. 

E, parafraseando os versus simples, vos digo: 

Na minha bagagem não trago ouro, porque ele não entra no céu. 

Não trago flores, porque elas secam e logo se transformam em farelos. 

Mas, trago o meu compromisso, a minha criatividade, a minha doação mais preciosa: Amor e Disponibilidade ao Coletivo. 

Trago-lhes minha produção e o meu conselho: 

Se hoje, estiveres pensando em parar, em desistir e pensares que não vais conseguir toma seu instrumento de trabalho e produza. 

Deus te faz resiliente. 

Deus desenvolverá resiliência em você. 

E depois, só restará testemunhar do poder de Deus na sua vida e das bênçãos conquistadas, além da certeza que você conseguirá. 

Tudo depende da pontuação do seu agir: 

Se UMA VÍRGULA, 

UM PONTO E VÍRGULA; 

UM PONTO FINAL ou 

UMA RETISCÊNCIA ... 

Obrigada diletos confrades 

Dignas confreiras 

Obrigada meus amigos 

Eterna gratidão aos meus familiares. 

Mossoró-RN, em 30 de agosto de 2018.

Um comentário:

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