APRESENTAÇÃO
Não tenho caminho novo. O
que tenho de novo é o jeito de caminhar. (Thiago de Melo)
O significado da ciência não pode estar
dissociado da criatividade assim como as condições intelectuais de integrar uma
instituição que se compromete com o desenvolvimento da cultura e da produção do
conhecimento, como é o caso da Academia de Letras e Artes de Martins - ALAM.
Neste
sentido, na qualidade de Cordelista, Pesquisador e Advogado martinense, entendo
que é meu dever homenagear a pessoas que contribuíram para a historia social e
política de Martins alicerçada, não só no resgate das minhas memórias, mas no
significado das fontes das informações sobre Elizeu Ventania, aproximando-nos o
máximo possível do caráter histórico documental sobre o perfil pessoal e
profissional da vida do Homenageado.
Na
certeza de que o compromisso assumido tem credibilidade exponho informações niveladas
ao nível de qualidade do homenageado, cujos valores éticos foram praticados,
com base em relações humanas e duradouras, engajadas no sentimento profundo
vindo do coração poético. Tudo conjuga com a essência de Elizeu Ventania,
quando diz:
O povo diz que cada uma criatura
Tem uma estrela que ilumina seu viver
Já sei que a minha não acende está escura
E se acende, está distante, não me vê
Eu não conheço o que é felicidade
A humanidade escurece meu valor
Vivo rompendo a maior dificuldade
Ninguém no mundo da um passo em meu favor.
A minha estrela toda vida é apagada
Tudo no mundo é difícil para mim
Prá onde olho vejo espinho em minha estrada
Não sei por que o grande deus me fez assim
Se é verdade que existe a minha estrela
Há muito tempo pra o meu lado escurecer
Se há fortuna eu não pude recebê-la
Não há quem seja sofredor mais do que eu.
Feliz quem nasce numa estrela reluzente
Arranja tudo que quizer, sem se vexar
Pra onde olha vê fortuna em sua frente
A sua estrela lhe ajuda a melhorar
Porém a minha se existe é apagada
Por isto mesmo, é que estou sofrendo assim.
Quem tem meu signo é infeliz, não goza nada
Felicidade nem se fala para mim.
Existe gente que me diz que o tempo muda
Mas o meu tempo até hoje não mudou
A minha estrela é apagada, não me ajuda
Às vezes penso que Jesus me abandonou
Eu vou agora esperar que o tempo mude
Pra ver se é certo o que sempre o povo diz
Talvez um dia a minha estrela me ajude
E eu ainda seja um ente bem feliz.
Assim é que conto em sextilha
cordel um pouco da história de vida do grande cancioneiro Elizeu Ventania:
Eu
pretendo nestes versos
Também
homenagear
O
nosso rei das canções
É
dele que vou falar,
Grande
Elizeu Ventania
Cancioneiro
exemplar.
Da
Cidade de Martins
Donde
ele é natural
Seu
pai se chama Eustáquio
Visão
dimensional
A
sua mãe Conceição
Uma
mulher sem igual.
Ele
tinha três irmãos
Um
se chamava Agostinho,
O
mais novo era José,
Nascido
do mesmo ninho
Sem
esquecer que Jocosa
Cuidou
com todo carinho.
Com
João Liberalino
Em
dupla cantavam bem,
Trovando
em pé de parede
Não
perdiam pra ninguém
Nota
de improvisação
Em
vez de dez era cem.
Foram
quarenta e dois anos
Que
empunhou o violão,
Com
dezoito de idade
Fazia
bela canção
Com
o seu estilo próprio
Para
comunicação.
Cantou
em vários programas
Da
emissora Rural,
Tapuyo
e libertadora,
E
Cabugí de Natal
Do
Rio Grande do Norte
Capital
Espacial.
Ganhou
fama em Mossoró
Quando
entrou na Difusora,
Na
Rural de Caicó
Cidade
acolhedora,
Na
Clube do Ceará,
Terra
bela e promissora.
Foi
na TV brasileira
Que
Elizeu cantou bem,
Na
antiga Verdes Mares
Ele
improvisou também,
E
na TV Ponta Negra
Cantou
igual um vem-vem.
No
Vale do Jaguaribe
Cantou
na Educadora,
Também
na Rádio Progresso
Uma
grande emissora,
La
da Cidade de Russas
Região
conservadora.
Vivia
fazendo amigos
Por
todas as regiões,
Participou
de eventos
Que
atingiu dimensões,
Por
isso ganhou o titulo
“Elizeu
rei das canções”.
Cantando
ele defendia
O
nosso trabalhador,
Foi
Elizeu Ventania
Um
Ilustre cantador,
Que
cantou a folha seca
Com
o perfume da flor.
Cantou
com muito sucesso
Invernada
no Sertão,
Porque
todo agricultor
Adora
de coração
A
chuva que cai na terra
Criando
a vegetação.
Elizeu
gravou dois discos
Os
quais o povo agradece,
Folheto,
CD e fita,
Quem
gosta não se esquece
A
Cidade de Martins
Seu
talento reconhece.
O
Brasil todo conhece
Seu
nome imortalizado
E
o Nordeste também
Quem
mais lhe fez convidado,
Até
pelos acadêmicos
É
ele homenageado.
Todo
Brasil reconhece
Sua
bela melodia,
Seja
ritmo de canção
Ou
estilo cantoria,
Seus
versos improvisados
E o encanto da poesia.
Elizeu
com sua voz
Se
destacou dos demais,
Chegou
a participar
Dos
maiores festivais,
Com
folha seca ganhou
Fama
dinheiro e cartaz.
Martins
reconhece e zela
O
nome desse poeta
Que
cantou e encantou
Igualmente
a um profeta,
Entrou
para a Academia
Uma
atitude correta.
Elizeu
meu bom poeta
Quando
gravaste o LP,
Mossoró
lhe apoiou
A
razão digo porque
Fizeram
até uma estátua
Em
homenagem a você.
Finalizo
e agradeço
A
todos os bons leitores,
A
Elizeu ventania,
E
poetas escritores
Que
valorizam a cultura
E
os seus bons seguidores.
Como
eu sou Advogado
Eu
conheço muito bem
A
lei que dá o direito
Que
todo cidadão tem,
Por
isso dou um conselho
Vá
atrás do seu também.
Colegas
da OAB
E
leitores em geral,
Observe
esse meu verso
Visivelmente
ideal
Improvisar
é preciso
Sabedoria informal
CONSOLIDANDO
CONSOLIDANDO
Elizeu Elias da Silva, nascido no sitio Jacu,
no município de Martins em 20 de julho de 1924, veio a falecer em Mossoró, aos 74
anos, em 99 de outubro de 1998.
Desde criança se identificou com a música e aos 18 anos percebendo sua vocação, decidiu fazer da cantoria o seu ganha-pão, influenciado por outros violeiros. De início, pensou em se chamar Elizeu Serrania para homenagear a cidade de Martins, mas descobriu que já havia artista com o mesmo nome e então, optou por Ventania.
Desde criança se identificou com a música e aos 18 anos percebendo sua vocação, decidiu fazer da cantoria o seu ganha-pão, influenciado por outros violeiros. De início, pensou em se chamar Elizeu Serrania para homenagear a cidade de Martins, mas descobriu que já havia artista com o mesmo nome e então, optou por Ventania.
Aos 18 anos seguiu
para Fortaleza onde, com a convivência com outros violeiros se aprimorou na
arte da cantoria e iniciou sua trajetória artística. Durante anos, viveu apenas
das canções, do repente e da viola, viajou todo o Nordeste, Norte e Sul do País
fazendo cantorias e com outros cantadores, entre eles João Liberalino com quem
formou uma das mais famosas duplas de toda a região. Juntos eles foram para o
rádio com o programa Rimas e Violeiros, sucesso por mais de vinte anos e
companheiro com quem gravou o LP O Nascimento de Jesus em 1972.
Em 1971, Elizeu já
havia gravado seu LP. “Canções de Amor”.
Em 1979 gravou o
terceiro e último disco “Chorando ao Pé da Cruz”, pela Continental vendendo 40
mil cópias.
Apesar de ser
analfabeto, isso nunca o atrapalhou. Ele costumava declamar os seus versos até decorá-los. Depois com o uso
de um gravador, as letras eram transcritas por amigos e familiares.
Com os anos, seu
trabalho foi ficando mais difícil. Aos 60 anos ficou cego vitimado pela catarata
irremediável diante da falta de condições de pagar um caro tratamento.
Nos seus últimos
anos de vida, Elizeu era figura urbana, conhecido por sua banca ao lado do mercado público central,
onde cantava as músicas e vendia fitas cassete com as gravações. Ele calculava ter vendido mais de 100 mil
fitas
cassetes.
cassetes.
Pouco tempo depois,
nos últimos dois anos de vida, Elizeu Ventania já não estava mais gravando e vivia da ajuda
financeira dos filhos. Nessa
época o cancioneiro já não vivia mais com a mulher legítima, Francisca Limeira Sales, há mais de quinze anos. Toda a
doença foi acompanhada de perto por sua companheira Benedita Neuma Sena, com quem conviveu os últimos vinte anos de vida.
O cancioneiro teve
ao todo oito filhos. Em
19 de outubro de 1998 ele faleceu após uma parada cardiovascular no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró-RN,
oriundo de um enfisema pulmonar e depois de quinze dias de internação na UTI. Deixou mais de 200 composições inéditas
e uma trajetória a ser
recordada pelos cantadores de todas as gerações.
Encerrando,
quero expressar minhas homenagens e agradecimentos a todos que direta ou
indiretamente contribuíram para que este Documento fosse elaborado.
Tenho
a crença de que o sonho é possível sonhar e se indagar sobre a vida. Tenho convicções
de que:
Juntei a carcaça da lembrança
Busquei o que não mais
encontrava
Percebi que muito ainda
buscava
Muito pra ser feito e
aprendido
Para encontrar o perdido
Com amor e fraterna
esperança.
Aprendi
que a coragem não é ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. (Nelson Mandela)
O PRIMEIRO OCUPANTE DA CADEIRA 05: ANTÔNIO CLÓVIS VIEIRA
OAB/RN – 6.450 / OAB/CE – 30.140
Endereço:
R. Maria Perdigão, 21, Ind. II, CEP 59.600-000
Telefones:
(84) 9451-1029 – (84) 8827 – 6939
E-mail: clovis_2001@hotmail.com
Meu jeito de caminhar.
Confunde-se com as ondas,
Que vão e veem sem avisar,
Construindo ideias cândidas.
Novas ilusões! Novos ventos!
MINHA CAMINHADA
Mestre em Formação Educacional,
Interdisciplinaridade e Subjetividade,
Advogado, Professor Licenciado em Matemática e Técnico da CAERN; mas, acima de
tudo, cidadão que se preocupa com a ética e a qualidade de vida, fazendo da
poesia cordelística o instrumento de expressão dos meus sentimentos; seja no
cotidiano pessoal de vida, seja atuando como professor.
Martinense de nascimento; mas mossoroense de
cidadania e de coração, pisei no solo de Mossoró em 1970, aos 06 anos de idade,
de onde não mais sai. Aqui integrei os trabalhos de evangelização Social de
Padre Guido, na Paróquia de São José, quando jovem, estudei, casei, com Maria
da Saúde Torres, tive 03 filhos e hoje sou avô de uma neta.
Graduei-me em Matemática pela Universidade Regional
do Rio Grande do Norte e Bacharel em Direito pela Faculdade Mater Christi, onde
atuei como professor; sendo hoje professor da Educação Básica, na rede
municipal de ensino de Mossoró.
Ainda enquanto estudante da UERN fui estagiário do
Projeto Universidade X Prefeituras, onde fui instrutor nos cursos de formação
dos professores leigos, com a disciplina Metodologias Alternativas no Ensino da
Matemática.
Na minha profissão de advogado autônomo há 08 anos
procuro contribuir para a melhoria das condições de vida dos idosos, jovens e
pessoas deficientes, atuando em defesa dos seus direitos, estando hoje com
milhares de ações nos Estado do Rio Grande do Norte e no Ceara.
Desde a infância sou afeto à criatividade e à
descoberta do significado da literatura para a vida das pessoas.
Na qualidade de escritor e cordelista são várias a
minha produção: 15 Cordéis e 01 livro “Lembranças e Rimas”.
Os cordéis são: O Advogado Humilde e o
Morador de Rua, Entre o Amor e a Razão, História de Elizeu Ventania, Lembrando
os Tempos de Outrora, A Burra do Mentiroso, Achado não é Roubado, As Mulheres
que Botaram uma Onça para Correr, Caçada Implacável, Canário, Piaba e Valente,
Ciladas do Destino, Chico Filho: Exemplo de Superação, Lamentos de um Torcedor,
Desafio em Cordel, Lamentos de um Advogado.
Entre as pesquisas realizadas destacam-se: (1) Cabimento do
Mandado de Segurança na Justiça do Trabalho e Execução Provisória na Justiça do
Trabalho e (2) Contribuição Social
do Professor Leigo: Subjetividade e Práticas Pedagógicas
Interdisciplinares.
Atuo como membro da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), do Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró (Sindserpumab), Associação dos Empregados da Caern (ASSEC) e Sindicato dos
Distribuidores de Água (SINDAGUA).
Entre
as atividades culturais integro as seguintes instituições:
a)
Primeiro Ocupante da Cadeira 05 da Academia de Letras e Artes de Martins
(ALAM), tendo como Patrono Elizeu Ventania;
b)
Primeiro Ocupante da Cadeira 19 da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de
Mossoró (ACJUS), cujo Patrono é Luiz Colombo Ferreira Pinto Neto;
c)
Sócio Efetivo do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP);
d)
Sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC); e,
e)
Sócio Efetivo da Academia de Cordel de Mossoró.
Enquanto Assessor Jurídico alio-me aos munícipes pela conquista da
efetividade das políticas públicas como patrimônio inalienável dos cidadãos,
tendo na Lei Orgânica Municipal e no Plano de Cargos e Salários os maiores
instrumentos para tais conquistas.
Por
estes registros, entendo, está ai o motivo maior do meu ingresso na Academia de
Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró, a qual tem grande contribuição para o
meu caminhar no aperfeiçoamento na produção científica no que tange o Cabimento do Mandado de Segurança na Justiça do Trabalho e
Execução Provisória na Justiça do Trabalho e a Contribuição Social do Professor. Bem
porque:
Entendo que o advogado
Não é o que todos pensa,
Defender quem tá errado
A profissão é propensa
Mas nem para Advogado
Um crime jamais compensa!
Dr. Clóvis |
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