quinta-feira, 24 de julho de 2014

Manifesto das Perdas (23 de julho de 2014)



23 de JULHO de 2014 - Começo a me preocupar deveras com a produção do patrimônio literário e cultural brasileiro. O motivo? O desfalque já presenciado, neste mês de julho de 2014, em decorrência do falecimento dos pensadores: o poeta do pensamento, ocupante da Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que faleceu aos 79 anos, no dia 03 de julho, Ivan Junqueira.
O escritor, jornalista, roteirista, professor e crítico contemporâneo, João Ubaldo Ozório Pimentel Ribeiro, ocupante da Cadeira 34 da ABL, que foi no dia 18.

A lacuna se ampliou em 19 do mês, com a transposição do poeta, filósofo, teólogo e pedagogo Rubem Alves.

Questionei-me, e questiono, sobre o significado da vida e da alegria da morte traiçoeira!

Hoje, dia 23, 17 horas, volto a me indagar sobre a precocidade da morte dos grandes pensadores, se é da sua produção que alcançamos a maturidade do nosso pensamento! Por que, no auge da produção literária, a traiçoeira morte nos priva da presença em nosso meio do tão inigualável Ariano Vilar Suassuna (1927 /2014)?

Não há como encontrar palavras que deem contorno a tão profundo sentimento de perda e da falta que nos trará a ausência deste grande pensador do teatro e da ficção brasileira!

Não há como falar de ficção sem nos transportar para o imaginário criativo do paraibano, Ariano Suassuna, com seus escritos em: "O Auto da Compadecida", "O Santo e a Porca", "Romance d'a Pedra do Reino", "Príncipe do Sangue que vai-e-volta", "História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana" e tantas outras obras-primas que são o deleite para uma boa degustação ao leitor.

Ocupante da Cadeira 32 da ABL, teatrólogo, romancista, professor e advogado, folclorista nordestino nos deixou um vasto legado produtivo, tendo várias obras traduzidas para o polonês, italiano, inglês, espanhol, alemão, francês e holandês.

Há algo que nos conforta enquanto admiradora de um bom texto: a certeza que a magnitude da produção literária do teatrólogo do sertão nordestino não ficou só na memória; ficou na beleza material de suas obras na dramaturgia, romancista e poéticas.


Dra. Taniamá Vieira da Silva Barreto.

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